Eu me lembro da primeira vez que eu ouvi a palavra PAN, foi quando conheci a Rayssa, uma produtora de hortaliças de João Pessoa na Paraíba. Ela venceu o Prêmio Mulheres do Agro 2022 promovido pela ABAG (Associação Brasileira do Agronegócio) em conjunto com a Bayer (empresa na qual trabalho). Rayssa tem uma daquelas histórias de empreendedorismo e visão sustentável que não tem como não admirar. Ela e seu irmão estão à frente do Rancho Isabelle Chaves onde produzem 5 toneladas de folhas, microvegetais, ervas finas e flores comestíveis. Ops já deu a dica né Sim, PANC é abreviação de Plantas Alimentícias Não Convencionais. Ficou curioso? Baixa o e-book super completo sobre PANCs: E-BOOK PANC
Fiz uma breve entrevista com a Rayssa sobre as plantas e flores que ela produz no Rancho. Mas antes de começar preciso passar umas dicas para vocês, leitores: mesmo que vier na sua assinatura uma PANC, não consuma. Por exemplo,há algumas semanas enviamos boca-de-leão e ela é uma planta PANC, porém ela não foi cultivada com o propósito alimentar.
Agora, fiquem com o bate papo que tive com a Rayssa:
1. Rayssa conta um pouco sobre como vocês pensaram em plantar PANCs no Rancho Isabelle Chaves.
R: Primeiramente é um prazer estar aqui contando um pouco da nossa história pra você, Bárbara e aproveito pra deixar registrado que estou muito orgulhosa do seu empreendimento com as flores. Esse amor vem de antes, eu sempre tive paixão por bichos, flores e plantas em geral, desde antes de iniciar o cultivo profissional, sempre gostei muito de pesquisar sobre o assunto, de identificar os tipos e aprender sobre o cultivo delas. E nessas pesquisas e aprendizados eu descobri o termo PANC, que inclusive é importante frisar, que as Panc não se resumem as flores comestíveis, elas são uma categoria dentro do universo das plantas que podemos consumir e que não são do cotidiano da região. Tem plantas que são consideradas Panc em um determinado lugar e em outro não. Então naturalmente, quando começamos a produção aqui o Rancho Isabelle Chaves, logo trouxe a ideia de produzir as flores comestíveis e agregar ao nosso portfólio e juntar duas paixões tanto minha quanto do meu irmão a gastronomia e a agricultura, para oferecer aos nossos clientes.
2. Quais as flores que vocês produzem e para quem as vende?
R: Nós temos uma boa variedade e algumas tem que respeitar a sua sazonalidade, por mais que na nossa região o clima é bem parecido o ano inteiro, no campo conseguimos sentir a diferença, por exemplo temos a capuchinha que só conseguimos produzir nos meses mais ‘’frios’’, temos buganvília, amor perfeito de verão entre várias outras. Nossos clientes são de flores são em sua maioria restaurantes, bares, hotéis e buffet.
3. Se for para nosso leitor se arriscar em cultivar uma PANC em vaso qual você indicaria?
R: O cultivo vai depender da região que você estiver, mas para a estação que estamos a Tagete é uma boa Panc para cultivar.
4. Gostaria que você, como agricultora, deixasse uma mensagem para os consumidores de flores e vegetais. Qual mensagem você daria?
R: Que precisamos conhecer mais do campo, quem produz o seu alimento ou o seu buquê, a conexão entre cidade e campo é extremamente importante, assim como também o consumo de produtos dos empreendedores e produtores locais. Todo mundo tem responsabilidade com o lugar em que vive de uma ponta à outra, quando mudarmos a mentalidade e transformamos as ideias em ações de verdade, todos irão ganhar. A agricultura é um trabalho nobre e foi ela que nos guiou para nos tornarmos civilização, ela evolui com o tempo, tecnologia e inovação, mas não esqueçam que são sempre pessoas que estão no campo diariamente se dedicando para produzir o melhor alimento para todos.
Gostei muito de conversar com a Rayssa e descobrir um pouco mais sobre as PANC. E você, já tinha ouvido falar sobre?
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